O SONHO DE SER SUPER-HERÓI


A classe dos super-heróis foi uma invenção onde pessoas com identidade secreta e com altruísmo passam a se dedicar à manutenção da ordem, ao combate contra os bandidos e à defesa dos mais fracos. Desde 1903 com Pimpinela Escarlate, o herói inglês que lutava contra o horror da guilhotina na França do século XVIII, a imaginação humana extrapolou os limites da humanidade.

Os primeiros heróis eram humanos que adquiriam habilidades devido a uma dieta rígida e treinamento intenso. Dentre eles temos velhos conhecidos nossos: Tarzan, Fantasma, Zorro etc. Mas após a invenção do Super-homem em 1938, passou-se a classificação dos chamados super-heróis com poderes suprahumanos, pessoas que, na sua maioria, vinham de outras galáxias, de algum panteão ou eram submetidos a algum tipo de experimento laboratorial. Não importando a origem, certo é que estas maravilhas humanas tornaram fértil a nossa imaginação, além de instigar na infância certa inveja de seus super-poderes.

Há muita coisa escrita sobre essas personagens. Há, inclusive, textos críticos de matiz marxista que atribui aos super-heróis a instrumentalização eficaz para a alienação de seus leitores do lado de baixo da linha do equador, uma vez que a maioria deles é estadunidense e trazem no próprio uniforme cores que remetem à tão conhecida bandeira do norte.

Em meu caso, eu gostaria de fazer algumas considerações às fantásticas personagens, todavia, pelo viés da teologia.

Sabemos que a macro cultura ocidental foi construída com base nos principais pressupostos judaico-cristãos, ou seja, muitas verdades das Sagradas Escrituras sempre estiveram presentes, mesmo que ofuscadas, no coração do homem ocidental. Dentre elas temos a ressurreição/glorificação futura do corpo que não escapa desse processo. Sabemos muito bem que as narrativas dos Evangelhos sobre a estada do Senhor Jesus após sua real ressurreição nos dão pistas de como seremos a partir daquele dia glorioso. Há pelo menos dois aspectos narrados: poder para aparecer e desaparecer (Lc 24: 31, Jo 20: 26) e poder para voar (Lc 24: 51; At 1: 9).

É exatamente isso que o coração humano deseja ao sonhar dizendo: "como é desejável poder ser perene sem se preocupar com a degeneração natural ou com as muitas limitações da natureza". E a exemplo de outros povos que representavam e ainda representam os seus ideais por meio de seres mitológicos e divindades, a chamada cultura pop parece ter utilizado a mesma estrutura de pensamento.

Talvez alguns discordem dizendo que a maior influência neste setor hoje esteja nas mitologias gregas e no caráter que deram aos deuses do monte Olimpo. Mas e o que dizer dos simples humanos que, por alguma justificativa (picada de inseto radioativo, exposição aos raios gama, ingestão de poções químicas ou mágicas, utilização de artefatos alienígenas etc.) obtiveram corpos perfeitos? Para mim, o mundo dos super-heróis está mais ligado à perfeição do corpo e ao poder para ultrapassar os limites impostos pela natureza do que à idéia de divindades entre nós, pois sempre que possível, a humanidade desses super-heróis é demonstrada em seus roteiros por meio dos dilemas emocionais ou circunstanciais demonstrados nos respectivos alter egos.

Portanto, acredito que há, desde a década de 30, um desejo por aquilo que o Deus Redentor irá fazer em seus eleitos no Dia do Senhor. Todos os remidos terão corpos glorificados, livres dos reveses atuais promovidos pelo pecado ou como conseqüência deste. Hoje posso me alegrar e ter certeza de que um dia terei poderes que hoje são inexistentes, não preciso mais ter inveja dos super-heróis como tinha quando criança, pois está prometido a mim e a todos os salvos pela morte vicária de Cristo um futuro onde as leis da física se transformarão numa singela lembrança do passado. Não precisarei gritarShazam ou utilizar um anel ou um bracelete alienígena para me transformar num ser perfeito e livre, pois terei um corpo glorificado para sempre. A única diferença é que não usarei uma roupa ridícula e nem haverá oprimidos para salvar ou facínoras para perseguir, pois todos serão puros e impecáveis diante do Todo-Poderoso.

Sola Scriptura.

VOTO OBRIGATÓRIO, QUE RAIVA!


O voto obrigatório foi implantado no Brasil por meio do Código Eleitoral de 1932 e transformado em norma constitucional a partir de 1934. A justificativa era a de garantir o exercício do voto nos períodos de eleição, isto é, dar legitimidade ao processo. Após 78 anos, cá estamos nós novamente sendo obrigados a exercer um direito de direito, mas não um direito de fato.
O Brasil faz parte das nações que obrigam seus cidadãos a votarem. São apenas cerca de 20% dentre os regimes que se utilizam das urnas. Nesse contexto, há um dado interessante segundo os especialistas: se o voto fosse facultativo, o número de ausências não ultrapassaria o dos atuais votos nulos ou brancos.
Então vem a pergunta: por que somos obrigados a exercer um direito democrático? Não seria melhor o candidato nos convencer a sair de casa para votar nele? Eu não tenho dúvidas de que seria, uma vez que o atual sistema obrigatório favorece, e muito, a cooptação de pessoas que estarão de qualquer forma diante da urna. A manipulação facilitada transforma um bom grupo de brasileiros em rede social manobrável, além de comerciável. Como se isso não bastasse, o dia de eleição no Brasil está se tornando cada vez mais um evento espetacular em detrimento da simplicidade e da discrição democrática.
Outro ponto incoerente é que o Brasil, um país que vive posando de humanista com suas leis que também favorecem cotas e institucionalizam pecados – desde os veniais até os fortemente imorais – é o mesmo que obriga os seus cidadãos a algo que deveria se constituir numa livre escolha em si.
É por essas e outras que sou contra a obrigatoriedade do voto. Aliás, irrita-me tal obrigatoriedade. Acredito que seria muito mais animador se fosse facultado a todos nós o ato de fazê-lo ou não. Em eleições muito mais importantes, do meu ponto de vista, não há punição aos que se fizeram ausentes no momento do escrutínio (refiro-me às eleições conciliares da minha denominação). Já as demais, são um disparate, principalmente quando lembro que a lei pode punir todos aqueles que optaram por não exercer um direito cidadão.
Sola Scriptura
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