É
impressionante como o discurso da esquerda marxista é, antes de tudo, alienado,
desonesto e perverso.
É Alienado
porque repete clichês internalizados sem o mínimo de criticidade teórica ou
histórica. Os abusos na utilização dos termos são enormes, “mais-valia” “classe
social”, “capital internacional”, “infra” e “super estrutura”, “reificação”, “ideologia”
e por aí vai. Como exemplo, ressalto o termo “mais-valia” onde muitos marxistas
desconhecem os precursores deste equivocado conceito no Empirismo Deista Inglês,
como também desconhecem o seu contraponto iniciado por Böhm-Bawerk;
É desonesto
porque manipula, pelo discurso, suas representações de mundo excluindo qualquer
pensamento que seja contrário. Além disso, dissimulam a ocorrência de que em
lugar nenhum do planeta o regime marxista deu certo.
É perverso
porque limita, embota e dissimula os dados e as narrativas, fazendo com que os
mais desinformados internalizem as ações revolucionárias tão emotivas quanto quiméricas.
Além disso,
discutir com os pensadores da esquerda é dura tarefa que gera canseira dolorosa.
E isso pelos seguintes motivos:
1. No Brasil a
produção acadêmica não existe fora da esfera gigantesca do esquerdismo,
principalmente o marxista. Não há debate equilibrado, pois a única disputa
existente acontece somente entre as várias vertentes do próprio marxismo. A
maioria dos intelectuais e seus reproduzidos simplesmente não conseguem enxergam
outra coisa;
2. O marxismo
não é uma teoria, mas uma doutrina que não aceita, sob hipótese alguma, ser
contrariada. Aliás, contrariar o velho Marx é um escândalo para os seus servos
intelectuais. Trata-se de uma doutrina, principalmente, pelo viés do marxismo cultural que possui como meta ações que vão além da
política e da economia. O alvo é a legalização do aborto, da eutanásia etc., bem
como a desmoralização e a destruição da religião cristã. É por estes motivos
que há a doutrinação nas escolas desde o ensino fundamental moldando os alunos
a terem como práticas aquilo que denominam de “politicamente correto” tão
celebrado hoje em dia.
3. As teorias
marxistas são metamórficas. Elas se adaptam em qualquer espaço humano. Por este
motivo há as influências marxistas, não só nos partidos radicais de esquerda,
como também nas esferas evangélicas por meio da TMI;
4. A
desonestidade do discurso marxista é flagrante. A manipulação que fazem da
historiografia é cruel, alienante e risível. É impressionante como os marxistas
acreditam que todas as esferas das práticas e das representações humanas se
resumem na exploração do capitalista contra a miséria humana. Outra falácia é
debitar na conta da direita partidos totalitários da II Guerra Mundial. Quer
fazer um teste desta crendice? Faça a afirmação de que o Nazismo e o Fascismo
foram movimentos da esquerda socialista! Pronto, prepare-se, pois a casa
desmoronará sobre você!
5. Falta leitura e, consequentemente,
aprofundamento nas teorias de contraponto. Dificilmente um marxista terá lido um
Carl Menger ou Luiz Pondé, Henry Hazlitt, Denis Rosenfield, Ivan Dauchas, Russell
Kirk, Murray Rothbard, para citar
apenas alguns. Não, não leram! E não leram por causa do que apresento no item 1
e, neste caso específico, podemos isentá-los da culpa e classificá-los como
vítimas deste gigantesco processo. O resultado é que a esfera de leitura que
transitam não ultrapassa Eric Hobsbawm, Louis Althusser, Perry Anderson,
Leo Huberman, Caio Prado Júnior, Edward Thompson, Georges Politzer, Jacques Lacan, também para
citar apenas alguns.
6. Sempre que
um movimento econômico esquerdista político ou estatal dá com os burros n'água,
logo afirmam que o problema pode ser explicado a. pela teoria da adulteração
que fizeram de Marx; b. que tais movimentos se tornaram de direita (este é o
atual discurso com relação ao PT) ou; c. que o capitalismo internacional
esmagou cruelmente o lindo sonho de uma noite de verão. O discurso de que os
vários movimentos esquerdistas desmantelados faliram por terem se vendido ao
capitalismo ou ao sistema democrático liberal contraria a posição de, por
exemplo, Deng Xiaoping ou mesmo a de Antonio Gramsci, tão celebrado por muitos.
Pensemos um pouco. Afinal de contas, por que Lula e Dilma, vivem abraçados ao
capital estrangeiro ou por que Nicolas Maduro insiste em vender o seu petróleo
aos Estados Unidos, por que a Perestroika e a Glasnost de Gorbachev, ou por que
o assassino Fidel Castro há anos chora as pitangas devido ao embargo econômico?
7. Por fim, os
revolucionários esquecem que o marxismo é um subproduto do Iluminismo do século
XIX como o Positivismo, o Empirismo Deísta, o Hegelismo, o kantismo etc. E como
tal, já deveria ter sido banido das questões epistemológicas de compreensão do
mundo na atualidade, deveria ser relegado aos porões das teorias há muito
ultrapassadas, teorias que são tratadas como clássicas ou ímbrica.
Encerro com Eduardo Galeano: "Para mim, essa proza da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera."
Sola Scriptura