CATÁSTROFES NATURAIS: DEUS É RESPONSÁVEL?


O Brasil e o mundo estão chocados com o número de tragédias naturais que ceifaram centenas de pessoas recentemente. Desde o início do ano assistimos perplexos às chuvas torrenciais no sul e sudeste brasileiros que desalojaram e destruíram várias famílias, principalmente crianças e idosos.

Tais acontecimentos inquietam o coração e trazem o choro de tristeza e de condolência. O sentimento interior é como se as entranhas fossem retorcidas violentamente, virando-as do avessoo de profundo pesar para com tantos que sofrem perdas irreparáveis. Por outro lado, há a promoção da solidariedade, pois é dever de cada um fazer o mínimo diante do máximo. Como é bom participar de campanhas solidárias destinadas aos flagelados. Cada um deve fazer a sua parte diante do quadro aterrorizador e destrutivo, embora saibamos que muito mais poderia ser feito.

Sempre que nos deparamos com as tragédias naturais, não podemos escamotear o fato de que há um Deus perfeito e justo que a tudo contempla. Nada escapa à sua observação, pois seus olhos estão em toda parte, perscrutando a tudo que passa nesse mundo e fora dele. A perplexidade aumenta quando sabemos que ele também é um Deus de amor, graça e misericórdia. E é exatamente aqui que surge a pergunta:

"Como conciliar o caráter de Deus com acontecimentos tão destrutivos?"

Essa complexa indagação tem gerado muitas discussões acaloradas entre os teólogos e cristãos ao redor do mundo, suscitando as mais diversas opiniões.

Nesse caldeirão de debates há os que se alinham ao humanismo vigente e afirmam que Deus apenas permite que tudo isso ocorra. É como se ele visse o mal iminente e, ou por incapacidade ou por desejo próprio, aceita com passividade. Outros recrudescem mais ainda e afirmam que Deus, por abrir mão da sua soberania, simplesmente não sabe nada sobre o futuro e, assim como os seres humanos, fica surpreso com os acontecimentos e torce para que haja o mínimo de perdas entre as vítimas. Há ainda os que acreditam que Deus deixou o mundo a sua própria sorte como se estivesse distante ao ponto de não se envolver com os acontecimentos terrenos. Usando os rótulos como resumo, tais pessoas são simpatizantes da teologia arminianateologia do processoteologia relacional ou teologia deísta.

Embora haja diversidades nas nuances, o fundamento do que foi colocado até aqui é o mesmo, ou seja, Deus é, de alguma forma, limitado em sua pessoa e caráter. É como se tivéssemos uma divindade mensurável cuja escala é profundamente demarcada pela efemeridade humana, ou seja, a divindade é a imagem e semelhança da criatura. Em suma, o homem é que é a medida de todas as coisas e Deus não poder ser excetuado desse processo.

Na contramão de todas essas afirmações, a minha visão destoa em absoluto. Eu creio num Deus que a tudo rege e que em tudo cumpre o seu propósito. Creio também que as catástrofes são todas determinadas por ele e tudo acontece segundo a sua vontade. Diante disso, e baseado nas Escrituras, mais particularmente em Jó 36: 22 a 37 ;13, quero propor três pontos que estão presentes nas determinações de Deus sobre a natureza. O que quero dizer é que há, sim, como explicar essa inquietante relação entre o Deus que flagela pela natureza e seu propósito justo e bom. Eis, então, porque o Senhor determina tragédias por meio da criação e o que essas tragédias podem nos comunicar.

1. As tragédias são peculiares à natureza. A grande maioria dessas tragédias naturais não são manifestações miraculosas, ou seja, elas não contrariam o que já é peculiar às leis naturais. Nem tudo ocorre pelo acaso ou por uma intervenção da mão de Deus em quebrar o fluxo normal da natureza como foi o caso de Sodoma e Gomorra. Tudo obedece às regras definidas no mundo natural. Enchentes, incêndios espontâneos, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas podem ser identificados pela ciência e até mesmo, em alguns casos, evitados ou previstos. Todos sabem que o mundo geme por causa do pecado. As desordens e as manifestações belicosas que fazem a natureza voltar-se contra si mesma são resultados do que ocorreu no Éden e demonstram o curso tomado pelos animais, minerais e vegetais. Portanto, não podemos dispensar a possibilidade de a ordem natural do mundo em que vivemos resultar em uma ecatombe. As grandes catástrofes acontecem como fenômeno natural.

2. As tragédias sancionam o juízo de Deus. Dizer que as catástrofes são majoritariamente peculiares à natureza não quer dizer que negamos o controle e a regência do Criador sobre o universo. A providência é real e necessária. Portanto, a mão de Deus também rege as catástrofes da natureza e isso ele faz para trazer juízo sobre o homem. A maioria sabe que o Senhor firmou um pacto que manifesta o seu reino e culmina na expiação de Cristo, mas essa bendita aliança também culmina no juízo eterno. Logo, o pacto trás bênçãos, mas também traz maldições. Assim como as bênçãos podem ser percebidas no cotidiano do crente, essas maldições não serão manifestas apenas no dia do julgamento final. Há hoje em dia, sobre a impiedade humana, centelhas da ira de Deus que se manifestam na entrega sem reservas desse pecador à sua depravação total, ou na promoção da dor e do sofrimento extremo. Aqueles que estão fora da habitação do Espírito do Senhor vivem debaixo dessa santa e justa ira que só estanca quando a salvação de Cristo se torna presente.

Quando há tantas vítimas das tragédias naturais, ali está o juízo de Deus, pois esse Deus soberano derrama do seu furor ainda nos dias de hoje. É por isso que há a necessidade do temor no coração e o profundo respeito ao grande Vingador que também pune com rigor. Não nos enganemos, catástrofes naturais são a manifestação do juízo divino sobre a terra.

3As tragédias sancionam a misericórdia de Deus. Parece contraditório à nossa mente, mas é isso mesmo que ocorre. Como exemplo, podemos falar do plano salvífico de Deus que traz, ao mesmo tempo, salvação e juízo. Ou mesmo nós, como pais, quando disciplinamos os nossos filhos, há ali uma espécie de castigo e, ao mesmo tempo, ação de responsável amor. Ao mesmo tempo em que há a manifestação do juízo, há também a manifestação de sua terna misericórdia sobre os que saem ilesos do temido processo trágico. Nunca esqueço de uma cena que vi pelo noticiário na época do grande tsunami ocorrido no oceano índico em dezembro de 2004. Um bebê que se salvou milagrosamente porque boiou sobre detritos que flutuaram sobre as águas enlameadas. Quando vi os familiares abraçando a criança, não havia como evitar as lágrimas nos olhos e a declaração:

Como Deus é misericordioso!”

De uma maneira ou de outra, Deus manifesta a sua misericórdia e longanimidade diante das calamidades. Até mesmo quando me vejo distante de tanta destruição, percebo o cuidado e o afeto do Senhor sobre a minha vida e a vida dos vivem ao meu redor.

Quero concluir esse texto reafirmando que a soberania divina abarca todas as situações da vida fazendo com que eu entenda o sentido do temor do Senhor e da alegria no Senhor. Ele nunca é injusto, nunca age em desamor, nunca deixou de ser Deus!

Sola Scriptura.

MATARAM DUAS VIDAS POR CAUSA DE UMA!


O tema sobre o aborto foi levantado recentemente por ocasião da menina de nove anos que engravidou de gêmeos de seu padastro inescrupuloso e monstruoso, Jailson José da Silva, que a molestava desde os seis anos de idade em Alagoinha, Pernambuco. O debate esquentou quando o arcebispo de Olinda e Recife, José Cardoso Sobrinho, tentou dissuadir os pais a não permitirem o aborto. Mas a tentativa foi frustrada, além de levantar inúmeras críticas na imprensa. Diante de toda essa celeuma surge a seguinte pergunta:
“O aborto é apenas uma questão ética ou também se trata de uma questão moral”?
De início, eu diria que o ponto principal no caso não é o direito emocional ou psicológico de uma criança tão destruída pela violência. A questão aqui é sobre o direito de dois fetos sobreviverem ou não diante do ocorrido. Eu sei que as emoções tão brutalmente massacradas da criança molestada devem ser tratadas da melhor maneira possível com bons especialistas. Mas isso não dá o direito ao Estado de permitir a morte proposital de dois outros seres humanos. Ou a vida possui valor em essência, ou então podemos relativizá-la dependendo do estágio em que ela se encontra.
Que a gravidez era de risco, isso ninguém discute. Por outro lado, há nos arquivos da medicina casos semelhantes onde a mãe e os bebês sobreviveram. Eu desconfio que a maior motivação para esse aborto não foi o risco em si, mas a maneira como esse risco foi estabelecido, isto é, fruto do abuso de um pedófilo depravado.
Todo aborto é e sempre será um atentado contra a vida humana. O médico e seus auxiliares que realizam-no simplesmente matam covardemente um ser que está totalmente desprovido de força para se defender. Caso os dois fetos nascessem, eles teriam um nome, certidão de nascimento e uma posição dentro da sociedade. É para mim revoltante saber que um ser humano ainda em seu estágio fetal não possui nenhuma segurança quanto á sua sobrevivência nesse mundo. Caso o Estado não saiba, os fetos abortados experimentam a dor física até a morte. Também é nojento ver pessoas que se preocupam tanto com plantas e animais (preocupações legítimas, diga-se de passagem), reivindicando para que não sejam exterminados ou para que não sofram dor, mas que, ao mesmo tempo, afirmam que um feto pode ser descartado em prol do bem-estar da mãe. De onde vem esse direito? Quem o instituiu? Um arbusto ou um golfinho valem mais?
Para mim, duas "crianças" foram exterminadas por causa de uma terceira. Seria mais ou menos como se alguém matasse um adolescente para que o coração dele fosse transplantado para o peito de sua mãe gravemente cardíaca. Caso alguém diga: “mas é diferente”! Eu pergunto: “onde está a diferença? Está no cordão umbilical? Ou no local onde se encontra esse filho? Ou no seu estágio de vida?
A sociedade majoritária tem demonstrado que é, acima de tudo, narcisista. Ninguém possui o direito de matar alguém, isso é o que determina o sexto mandamento. Se a sociedade se apraze em relativizar a vida humana conforme as suas enfermidades morais, isso é contrário à Lei de Deus.
É por isso que para mim, o caso do aborto da criança de Alagoinha está muito acima da ética, é um problema moral! Um problema de pecado contra o doador da vida! Aliás, esse aborto pode muito bem ser definido como um atentado mortal contra duas vidas por causa de uma terceira.
Sola Scriptura.
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