A tragédia do Japão pode ser comparada às catástrofes ocorridas em dezembro de 2004 onde países como Sri Lanka, Índia, Indonésia, Tailândia, Malásia, Maldivas e Bangladesh sofreram grandes flagelos. O próprio Japão já sofreu uma grande catástrofe causada pelos estadunidenses no final da 2ª Guerra Mundial.
Não podemos negar a perplexidade que atormenta a mente diante do quadro arrasador, além da tristeza pelas grandes perdas de pessoas e das cidades arrasadas pela fúria do mar agitado que desmantela usinas nucleares, promovendo a mortal contaminação dos povos. Já escrevi artigos sobre o flagelo humano causado pela natureza, basta ver o item catástrofes no setor temas, mas ainda desejo refletir um pouco mais sobre o que ocorre do outro lado do planeta. Para isso quero destacar três pontos:
1. O homem é nada. Um aspecto que chama a atenção é que a tragédia aconteceu na segunda economia mundial, num país rico, disciplinado e inteligente. O Japão pós 2ª Guerra foi e ainda é exemplo a outras nações quanto à ciência adquirida e quanto à sua aplicação por meio das tecnologias. Não há como negar a fartura existente ali em todas as áreas que servem aos seres humanos. Mas de que adiantou tudo isso diante de tremores que não duram sequer três minutos? De que adianta tanta riqueza, tanto conhecimento, tanta perícia? Que constatação deprimente, nada disso pode evitar situações que demonstram a nossa brutal fragilidade. Não estou aqui condenando as habilidades humanas, o que estou dizendo é que tais habilidades não podem ser o maior fator a se confiar a vida como um todo. Creio que as palavras do salmista ajudam quando diz: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus” (Sl 20: 7). Confiar no Senhor é porto seguro, é estar abrigado totalmente. Eu sei que as tragédias naturais não deixariam de acontecer caso o Japão confiasse no Senhor, mas também sei que haveria perfeita paz no coração diante da dor, esperança na mente em meio à destruição, vida abundante que vai além da morte.
2. Deus é tudo. Não há como não comparar a soberba que pairava entre os japoneses com as palavras do profeta que diz: “Eis que as nações são consideradas por ele [Deus] como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta” (Is 40: 15)”. Chamou-me a atenção uma senhora japonesa chorosa ao afirmar que os jovens em Tóquio estão agora refletindo sobre o valor das pequenas coisas da vida como, por exemplo, a necessidade do próximo. Os japoneses, outrora impassíveis, estão redescobrindo o que é, de fato, a vida humana. Isso é reconhecer que há aspectos da vida, tão desprezados pela riqueza, que devem ser colocados como os mais importantes. E não há melhor receita para esse tipo de reconhecimento do que saber que Deus existe e o quão grande ele é. O Japão não passa de um misero grão de pó que vagueia sem rumo ao sabor do vento, apesar de muitos o supervalorizarem. Por outro lado, somente Deus é poderoso em riqueza, glória e majestade diante dos pingos d’água, dos grãos e do pó.
3. Na relação entre o nada e o tudo impera a justiça e a misericórdia. O Salmo 8: 4 afirma: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites? ” (Sl 8: 4). Em outras palavras, quando contrastamos a insignificância de nós mesmos, seres estribados no orgulho e na soberba vazia, com a grandiosidade do Todo-Poderoso, fica difícil acreditar que os olhos divinos tenham tempo para dar atenção. Mas isso ocorre! Aliás, ocorre por meio da graça comum que auxilia os sobreviventes do grande desastre natural ocorrido no Japão. E muito mais, ocorre por meio da salvação concedida em Jesus, o Filho bendito. O Deus, que é bom, é o mesmo que age diante do clamor do salmista quando diz:
“Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR. Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira. São muitas, SENHOR, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar”. (Sl 40: 1 – 5).
Portanto, a única maneira de haver um relacionamento entre nós, vermes, e o Senhor de todas as coisas é por meio da graça e misericórdia que escolhe, que salva, que purifica e que glorifica seres insignificantes (Rm 8: 29, 30).
“Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR. Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira. São muitas, SENHOR, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar”. (Sl 40: 1 – 5).
Portanto, a única maneira de haver um relacionamento entre nós, vermes, e o Senhor de todas as coisas é por meio da graça e misericórdia que escolhe, que salva, que purifica e que glorifica seres insignificantes (Rm 8: 29, 30).
Concluo afirmando o que se passa em minha mente agora. Nada em nós mesmos pode garantir a nossa segurança, mas a confiança naquele que realmente é grande e tremendo é o que faz sentido neste mundo acolhedor e traiçoeiro ao mesmo tempo. Que a triste tragédia no Japão nos faça refletir sobre isso e perceber que existe algo para além da enganosa segurança humana, pois existe um Deus poderoso que é amparo verdadeiro e imóvel.
Bendito seja Deus, o Todo-Poderoso, o Todo-Justiça, o Todo-Amor!
Sola Scriptura.
7 comentários:
Olá, Alfredo!
Nos últimos tempos tenho desejado mais do que em qualquer outra época a volta de Cristo. Devo admitir que meu motivo é um pouco egoísta, afinal, penso no que está reservado para nós e meus olhos brilham de esperança e certeza!
Olhando para tudo o que aconteceu no Japão, e, agora, lendo o que você escreveu, penso como pode ter gente ("pastores" até) afirmando que Deus não tem nada a ver com isso?! Uma das minhas maiores certezas e um dos meus maiores consolos nessa vida em relação a tudo é que nosso Deus tem tudo sob controle e que seus propósitos são puros, retos e perfeitos.
Creio que esse tipo de tragédia nos chacoalha, mesmo estando longe e tem um fim didático impressionantemente abrangente.
Fico triste, mas me consolo com todas essas certezas...
Um abraço!
Beijo pra Sandra!
Querida Ligian.
Isso que você escreveu fica claro em meu artigo no "E a Bíblia com isso?" sobre a relação entre Deus e as catástrofes. Sei que para nós se configura um paradoxo quando pensamos na misericórdia e no juízo divinos, mas vale ressaltar que se trata de paradoxo, e não de contradição ou incoerência, pois a soberania de Deus não anula o desejo dEle em agir com misericórdia e graça.
Um abraço.
P.S. Trouxe seu Pirulin, vou entregar ao Charles.
Eitaaaa! Não é que você se lembrou do pirulin?!!
Obrigada!
Já falei pro Charles que quero que chegue aqui lacrado!!
Até!
Bom dia Rev. Alfredo, as tantas reflexões nestes dias de insegurança devem nos ajudar a capitalizar recursos espirituais porque o sábio em Eclesiastes 11.7 e 8 nos adverte que "há dias de trevas". Hoje a nossa atenção e oração repousam sobre o Japão mas amanhã pode ser que o mundo volte os olhos para o Brasil em mais uma catástrofe. A maneira como olhamos para "o Deus que é tudo" nos conduzirá em garantia de bom futuro nos provendo livramento talvez nao "da" provação, mas certamente "na" provação.
Ótimo texto... saudades das suas pregações! Abraços!
Jerê e Paulinha, obrigado pelo comentário.
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