A GASTANÇA DA CAMPANHA

Com as devidas exceções, o Brasil sempre é destaque naquilo que traz constrangimento e indignação. Um exemplo triste foi a gastança sem limites nas campanhas eleitorais que elegeram a presidenta da república, senadores e deputados. Foram as maiores do mundo ocidental.

Segundo fontes do STE, São Paulo foi o campeão nos gastos absolutos. Foram mais de R$ 480 milhões torrados na campanha dos 2.552 candidatos. A segunda campanha mais cara ocorreu em Minas Gerais com uma despesa total que ultrapassou os R$ 330 milhões. Juntos, os maiores colégios eleitorais do Brasil somam a quantia de R$ 818,69 milhões gastos para simplesmente influenciar os eleitores.

O estado que menos gastou foi o Amapá com os seus R$ 12, 13 milhões. O meu estado, o de Roraima, bateu recorde de gasto por eleitor registrado, cerca de R$ 96, 30 para cada um, somando um total de R$ 26, 18 milhões.

Qual a sensação que resta diante de cifras tão generosas para pessoas que, em sua maioria, preocupam-se apenas com a detenção do poder e do status privilegiado? O Brasil ainda geme quando o assunto é o aumento do salário mínimo ou as políticas públicas tão aquém do decente. Por outro lado, brada quando o assunto são os privilégios políticos com os seus aumentos de salários, verbas de gabinete, auxílio isso, auxílio aquilo, além dos gastos pessoais com campanhas. Até mesmo os políticos e candidatos estadunidenses ficam boquiabertos ao saberem quanto custa convencer um eleitor abaixo da linha do equador.

Diante do exposto surgem duas perguntas: de quem é a culpa? O que podemos fazer como crentes? Quero responder tais indagações da seguinte forma:

1. A culpa é de todos nós. Isso mesmo, pois não há uma ação efetiva por parte da população para reverter os ultra–privilégios que passam constantemente diante do nosso nariz. Aliás, a ganância, o embuste e o tirar proveito são partes indeléveis da macro-cultura brasileira. O vício miserável de se utilizar da coisa pública em benefício próprio está presentes nas calçadas, nos estacionamentos, nos caixas das panificadoras, ou seja, sempre há um engraçadinho cobrando pelo estacionamento público enquanto o seu Manoel da padaria nunca emite um cupom fiscal pela venda de seus pãezinhos. Enquanto não houver uma conscientização na base, e isso só pode existir por meio de uma educação mais reflexiva e menos decorativa, nada mudará no panteão parlamentário.

2. Nossa atuação começa nas pequenas coisas, nos pequenos gestos. Experimente apenas obedecer àquilo que as Escrituras ordenam. Seja um cidadão exemplar que não ultrapassa o limite de velocidade no trânsito, não sonega impostos, não tira vantagem de nada, seja santo como cidadão. Somente assim você terá autoridade para intercedermos pela nação e seus dirigentes para que a maldita cultura da corrupção seja dirimida. Se você deseja um mundo mais limpo, varra o seu quintal. Se você deseja um país mais decente,  exercite o seu dever como cidadão.

Sinceramente eu espero copiosamente que o Brasil mude enquanto ainda estou nessa terra. Espero ver a justiça pelo menos ser motivo de temor sobre os que se insurgem contra a lei. Neste caso, espero que as próximas eleições tenham sobre si limites rígidos quanto ao que cada candidato poderá gastar para que não sejamos como aqueles que deixam metade do filé mignon no prato enquanto muitos catam a sua refeição no latão de lixo. Viva a ética, abaixo a imoralidade!

Sola Scriptura

Um comentário:

Charles Oliveira disse...

Se o Brasil não mudar copiosamente... O Alfredo vai para a Argentina, hein!

Brincadeiras à parte, fiquei estarrecido com os dados que você postou. Rapaz, dava para construir uns três estádios do nível da copa do mundo! Se você pôde listar alguns privilégios que são cobiçados pelos "atletas do voto", imagine aqueles acordos feitos às escondidas, nos corredores, nos gabinetes... Rapaz esse investimento todo tem que ter retorno!

Abraço!

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