UMA MULHER NA PRESIDÊNCIA?


O assunto tratado aqui é controverso no debate teológico. Não há consenso até mesmo entre os teólogos reformados. Refiro-me ao fato de uma pessoa do sexo feminino exercer autoridade civil sobre uma nação. Muitos concordam que a Bíblia menciona a impossibilidade de uma mulher exercer autoridade sobre o homem, mas restringem esta ordenança à esfera eclesiástica, isentando, por exemplo, o ambiente político laico. Os que assim pensam, baseiam-se na dicotomia criada na modernidade entre religião e as outras representações sociais pertencentes ao cotidiano, o laico. Para mim é difícil aceitar esse tipo de exceção quanto à possibilidade da mulher exercer autoridade sobre os homens.
Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que o machismo é pecaminoso, mundano e satânico, pois discrimina as pessoas do sexo feminino de forma cruel, mentirosa e covarde. Combatendo este pecado, Paulo afirma em Gálatas 3:28: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Portanto, a mulher nunca foi inferior ao homem, quer seja na área da inteligência, na resistência física, no recebimento dos dons ou em qualquer outra área. A questão do exercício de autoridade não é questão de superioridade de gênero, mas de funcionalidade, ou seja, trata-se da economia divina, na maneira como o Senhor Deus estipulou as regras para a administração no relacionamento entre as pessoas de ambos os sexos.
Em 1 Coríntios 11: 2, 3: ao tratar da autoridade no culto público, Paulo lança mão da economia divina ao afirmar que: “de fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei. Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”. Mais à frente encontramos a criação da raça humana como argumento: Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem (1 Coríntios 11: 7 – 9)
Neste ponto, minha questão é a seguinte, será que a economia divina, quanto ao exercício da autoridade, restringe-se apenas à Igreja? Seguindo a mesma linha de questionamento, o princípio presente na ordem da criação da raça humana restringe-se apenas à esfera da Igreja? Eu creio que não! Assim como a funcionalidade do lar descrita em Efésios 5 e 6, Colossenses 3 e 1 Pedro 3 não se limita à Igreja, mas é o princípio magistral da família humana.
Alguns poderão argumentar sobre o caso de Débora e Baraque para justificar a posição de autoridade por parte da mulher. A fragilidade do argumento está no fato de que se trata de uma narrativa que descreve uma exceção e não de um texto doutrinário sobre o assunto. Além disso, se me utilizo desta metodologia, posso então afirmar que a dança litúrgica possui base bíblica devido ao episódio de Davi na procissão da arca da aliança contida em 2 Samuel 6: 12 – 23. Sem dúvida nenhuma se tratou de um culto (a cada seis passos um sacrifício, ofertas pacíficas e a bênção final), mas não se trata de um princípio regulador do culto ao Senhor Deus. Portanto, assim como a dança litúrgica não possui base bíblica nenhuma, da mesma maneira, o caso de Débora não corrobora a lotação de uma mulher no poder. Aliás, muitas outras narrativas reafirmam a submissão da mulher ao homem.
Este, portanto, foi o motivo principal para que eu não votasse em Marina Silva no primeiro turno das eleições presidenciais. E este é o motivo principal para que eu não vote em Dilma Russeff.
Uma mulher na presidência da república fere frontalmente aquilo que foi determinado pelo Senhor Deus. O cargo representa o poder maior da nação, a autoridade máxima do poder executivo e, por esse motivo, deve ser preenchido por um homem, conforme o princípio da criação e da economia divina. Creio ser um equívoco, um erro pensar o contrário. Para mim é tentar relativizar o que está claro como fundamento bíblico para o exercício da autoridade.
Caso uma mulher ganhe para presidência, afirmo que a vontade preceptiva de Deus foi quebrada enquanto que, por sua vontade soberana e oculta, o juízo do Todo-Poderoso se espraia ainda mais sobre a nação.
E antes que alguém insinue que a presente postagem é uma campanha velada a favor de José Serra, afirmo publicamente (faço isso pela primeira vez em toda a minha vida) que irei me abster nessa eleição.
Sola Scriptura

MENSAGEM NA CONTRAMÃO DA REALIDADE



Os profetas do Velho Testamento sempre foram vocacionados a trazer mensagens de juízo quando a nação de Israel estava em tempo de bonança e, ao mesmo tempo, de infidelidade. Geralmente todo o setor da nação estava corrompido, incluindo a política e a religiosa – setores unos na cultura de então.
Nesse aspecto, dentre todos os alertas trazidos pelos profetas, há uma palavra de alerta de Jeremias contra a nação e a Igreja no Velho Testamento que destaco aqui. Trata-se do capítulo 6 onde encontramos um firme alerta sobre o juízo de Deus que pairava sobre todos por causa da iniqüidade. Nos versos que vão do 13 ao 21 encontramos:
"Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR. Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem: Não escutaremos. Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, ó congregação, do que se fará entre eles! Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei. Para que, pois, me vem o incenso de Sabá e a melhor cana aromática de terras longínquas? Os vossos holocaustos não me são aprazíveis, e os vossos sacrifícios não me agradam. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que ponho tropeços a este povo; neles cairão pais e filhos juntamente; o vizinho e o seu companheiro perecerão."


O texto aqui é claro, o ponto central é a corrupção da igreja por meio de seus líderes em três aspectos:
1. A ganância. Jeremias revela que a principal motivação dos profetas e sacerdotes era o dinheiro;
2. A mensagem esvaziada. A mensagem desta turma despossuía a lei divina e apenas paliavam o povo com mentiras e leviandades. Diziam que havia paz quando não havia;
3. O culto materializado. O que quero dizer com isso é que os líderes religiosos se preocupavam com a pompa – por meio de produtos importados – sem, contudo, buscarem a verdadeira adoração.
Por causa disso, o Senhor Deus iria fazer o povo tropeçar e o objeto de juízo seria um governo ímpio e antagônico às leis divinas: a Babilônia.
Com base neste caso, penso se não é exatamente isso que o Senhor está fazendo hoje em nossa nação. Percebe-se que há uma ação irresistível de impiedade por parte da política vigente. Leis absurdas são aprovadas em Brasília enquanto outros projetos estapafúrdios são elaborados. Governos de esquerda se mantêm no poder há anos e nada pode ser feito para se reverter isso. Vejo que o Brasil caminha para a institucionalização da impiedade e parece que nada por aqui tem poder de frenagem.
Enquanto este quadro desolador se agiganta, setores evangélicos trazem mensagens extremamente opostas. Sempre afirmam na mídia e em seus púlpitos que para o crente não há crise. Bradam que atualmente no Brasil se ergue uma jamais vista geração de adoradores ou de profetas ou de milagreiros ou de levitas ou de apóstolos ou de prosperidade etc. Em suma, enquanto a nação despenca de podre, o que se prega é: “paz, paz!”
É impressionante perceber a contradição existente entre a mensagem pregada por estes grupos e a realidade da nação. É claro que, a exemplo dos profetas e sacerdotes do tempo de Jeremias, tais líderes evangélicos atuais só pensam no dinheiro e fama, semente isso é que importa. E como enriquecem cada vez mais os abomináveis desavergonhados que se escondem por trás do pseudo-título de apóstolo, de patriarca, de bispo, de missionário, de dirigente de louvor ou até de pastor.
Que o Senhor Deus tenha misericórdia do Brasil, país atolado na iniqüidade e que possui uma falsa igreja que busca paliar sem, contudo, curar. Oxalá que muitos Jeremias saiam às ruas ou falem com autoridade a partir dos púlpitos das igreja que buscam, com humildade, viver genuinamente o Evangelho.
Sola Scriptura.
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