O CULTO INFANTIL

Ao ler sobre os argumentos que justificam o “culto infantil” (veja aqui), aventurei-me a fazer uma reflexão sobre cada ponto apresentado:

1- O culto infantil promove a integração futura no “culto dos adultos”

Reflexão: Acredito que o “culto infantil” rouba dos pais a responsabilidade de ensinar e disciplinar seus filhos a se comportarem e a amarem o culto solene. Diante da incapacidade de alguns pais de controlar seus filhos no momento da adoração, o “culto infantil” surge como alternativa para suprir esta dificuldade.

2- O culto infantil possibilita a participação ativa no culto (leitura bíblica, cântico e oração) num contexto maior da congregação.

Reflexão: Eu vejo que a participação das crianças com seus pais no culto solene não exclui o privilégio de acompanhar a leitura bíblica, do cântico e da oração dirigidos por liturgos e pregadores adultos.

3- O culto infantil cria a interação maior com o pastor (é muito comum as crianças dizerem: “aquele é o meu pastor”, pois cada uma se sente valorizada ao ouvir e ver a este pastor pregando para elas).

Reflexão: Penso que aqui ocorre exatamente o contrário, a falta de convívio com o pastor e sua pregação no culto faz com que prefiram a professora com seus recursos lúdicos.

4- O culto infantil é uma forma didática de ensinar às crianças doutrinas importantes.

Reflexão: Aqui encontro um dos dois argumentos reais para a prática do “culto infantil” quando a psicopedagogia determina sobre o que fazer e o que não fazer com as crianças em detrimento daquilo que as Escrituras ordenam. O outro argumento ao lado deste é que o "culto infantil" proporciona tranquilidade aos pais para ouvir o sermão.

5- O culto infantil dá a criança um profundo senso de auto-valorização, tal qual Jesus fez quando pegou as crianças no seu colo e disse aos discípulos que não as impedissem. Precisamos nos dedicar às crianças, mais do que simplesmente passar a mão na sua cabeça.


Reflexão: Mais uma vez a psicologia tenta sobrepor o Evangelho que não ensina o desenvolvimento da auto-valorização, ao contrário, o Evangelho ensina o negar-se a si mesmo, atitude que promove a santidade e o temor do Senhor.

7 comentários:

Unknown disse...

Interessante atentar para esses pormenores.

Anônimo disse...

Nada haver,blefo total e nada fundamentado na biblia

Cláudia Regina disse...

Sempre pensei assim, nunca gostei desta atividade paralela ao culto público. Deve ser por isso que há tantos jovens e adolescentes "navegando", conversando no lado de fora do templo ou dentro dele, não sabem cantar um hino, e não entendem nada de liturgia, é a geração do Culto Infantil.

Alfredo de Souza disse...

Caro anônimo, seu contra argumento é tão evasivo que não há como contestar. Seria bom colocar sua visão sobre o assunto para um debate.

Abraço.

Elaine disse...

Sou pedagoga, evangélica, mas também não concordo com essa divisão do culto a Deus. Embora a Igreja, enquanto fazedora de discípulos (Mt 28:19-20), tenha a obrigação de ensinar o Evangelho a toda criatura, principalmente aos da sua membresia, em nenhum momento, lemos na Bíblia um mandamento especial dado à Igreja mas, sim, uma ordem expressa do Senhor à família, mais especificamente aos pais (Dt 6:1-9, 11:18-21). E quando o próprio Paulo instrui Timóteo a permanecer nos ensinamentos de que foi inteirado desde a infância (2Tm 3:14-15), ele não se referiu às instruções da igreja, mas sim à família (2Tm 1:5), e isso reforça ainda mais essa ideia de que à família cabe a responsabilidade de educar os filhos no caminho em que devem seguir (Pv 22:6).

As classes de estudos bíblicos (como a EBD, por exemplo), são importantes e eficazes no que concerne à participação da igreja nesse processo, desde que haja orientações e treinamentos dos professores, bem como interesse dos dirigentes em promover o melhor ambiente instrutor e reflexivo acerca da Palavra de Deus para seus membros.

Já o culto, com base bíblica, é um momento único, sem divisões, onde Deus deve ser adorado por todos, em consonância.

Creio que essas divisões que nós criamos dentro da igreja também são fatores contributivos ao enfraquecimento do amor e do temor a Deus, e do elevo do preferencialismo e das dissensões entre irmãos. Não fosse assim, não veríamos o descaso dos demais departamentos nos dias de realização dos cultos de um departamento específico.

Como educadora, a cada ano que passa vejo o reflexo desse desleixo da família na educação dos filhos também dentro da escola. Naturalmente a família tem transferido sua responsabilidade a quem estiver mais perto: À Igreja, à escola, às instituições e, mais amplamente, à própria sociedade.

O resultado?
Esse contexto social caótico em que vivemos hoje.

Lamentável.

Excelente post.

Deus continue abençoando tudo por aqui.

Esli Soares disse...

No todo, concordo. Nem há o que não concordar. Mas ainda não estou plenamente convicto que não se pode, ou não se deve, aproveitar das diferenças cognitivas existentes entre crianças e adultos para, em partes específicas do culto serem mais diretamente atingidas. Daí penso que "culto infantil" é um termo horrível. Culto é para Deus! Segmentar a Igreja para cultuar separado são faz sentido. Seja crianças, jovens, mulheres e etc. Culto deve ser para todos. Entretanto o ensino (e aqui também em parte do curso, tô solene), penso, que deve ser maximizado, como ação de procurar, com esmero, edificar vidas, se isso significa modelar pela faixa etária, ou pelo nível intelecto-emocional, sexo ou profissão já não sei. Quem saberá? Minha pequena experiência, até pelos meus filhos, tem apontado que certa separação etária ajuda.

Alfredo de Souza disse...

Cara Elaine, seu texto mostra que existem pedagogas de alto nível por sua coerência com a fé das Escrituras. Parabéns!

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